O mioma é o tumor benigno mais comum no sistema reprodutor feminino, atingindo grande parte das mulheres em idade fértil e com potencial para levar a um quadro de infertilidade. Inclusive, muitas pacientes só descobrem que têm um mioma quando passam meses tentando engravidar, mas sem sucesso.
É estimado que em 2050, o número de atendimentos cirúrgicos e não cirúrgicos relacionados a esse problema aumente em 23%. O mioma realmente pode pegar as mulheres de surpresa, mas é importante entender o que ele é e como pode ter impacto na fertilidade. Então, continue a leitura!
O que é mioma uterino?
Apesar de ser um tumor – um termo que gera susto nas pacientes –, o mioma é considerado benigno. Isto é, suas células não se espalham desordenadamente pelo organismo como seria no caso de um câncer.
O mioma é um fibroide que cresce a partir da parede do útero, sendo que sua localização e tamanho variam entre cada paciente. Essas características serão determinantes para o tipo de tratamento e, consequentemente, para as chances de uma gravidez futura.
Em outras palavras, são justamente essas variações que vão influenciar no impacto do mioma na saúde do aparelho reprodutor feminino. Normalmente, os casos que não requerem tratamento são aqueles em que o mioma é pequeno e não está distorcendo a cavidade endometrial, local onde o embrião irá se implantar.
Por outro lado, quando esse tumor é muito grande ou está bem no endométrio, é preciso ter atenção especial com relação à possível infertilidade. A mulher pode até conseguir engravidar, da mesma forma que poderá apresentar menos chances de que a gravidez evolua.
Causas e sintomas do mioma uterino
As causas do mioma nem sempre são claras, mas costumam ser associadas à predisposição genética da paciente. Além disso, assim como no caso da endometriose, os miomas costumam ser influenciados pelo hormônio estrogênio.
Como já mencionamos anteriormente, muitas das pacientes sequer sabem que têm mioma até que começam a ter problemas ao tentar engravidar. Mas, em outros casos, como detalharemos adiante, elas podem observar sintomas como:
● Fluxo menstrual aumentado (com possível chance de anemia);
● Coágulos durante a menstruação;
● Cólicas menstruais intensas;
● Incontinência urinária e constipação intestinal devido à compressão que o mioma pode gerar em órgãos próximos;
● Dor durante as relações sexuais;
● Dores lombares (em casos de maior gravidade).
Tipos de mioma
Entre as mulheres em idade fértil – até 45 anos, aproximadamente –, o mioma atinge cerca de 20% a 40%, sendo mais comum em pessoas negras. Já entre as mulheres inférteis, ele atinge de 5% a 10% das pacientes, mas só será responsável pela infertilidade em cerca de 2% dos casos.
Ou seja, mesmo que presente, ele não é necessariamente a causa da infertilidade. Na verdade, existem três tipos de mioma:
● Subseroso – quando está localizado na parte externa da parede uterina;
● Intramural – localizado entre as paredes do útero;
● Submucoso – na própria cavidade uterina, podendo ser uma causa de abortamento e infertilidade.
Diagnóstico do mioma uterino
Para identificar o mioma, a mulher deve ficar atenta aos sinais do corpo e procurar seu ginecologista, que irá buscar entender seus hábitos de vida, as características do ciclo e do período menstrual, bem como seu histórico familiar e planos para engravidar.
O volume do fluxo, bem como a duração e a intensidade das cólicas podem ser indicadores de miomas muito grandes ou que se localizam na cavidade uterina.
De qualquer maneira, para confirmar o quadro, o médico deverá fazer o exame clínico e solicitar exames de imagem, como ultrassom e possivelmente a histeroscopia – uma inspeção dentro do útero, dependendo da suspeita da localização.
Como tratar mioma
Identificado o mioma, muitas vezes é necessário fazer apenas um acompanhamento clínico, sem necessidade de medicamento, nem mesmo de cirurgia.
Na verdade, a paciente deverá operar para a remoção do mioma apenas quando os sintomas tiverem impacto real em sua qualidade de vida, isto é, com tumores grandes e que realmente sejam responsáveis pela infertilidade ou aborto espontâneo. Isso geralmente ocorre com o tipo submucoso.
O tratamento com medicamentos se restringe a casos muito específicos e que deverão ser cuidadosamente analisados pelo médico, principalmente se a paciente tiver o desejo de engravidar.
Já a cirurgia, quando bem indicada, pode ser realizada por via abdominal (laparoscopia, videolaparoscopia) ou vaginal, devendo a escolha ficar a critério do médico.
Posso engravidar após tratar mioma?
Como muitas das pacientes só descobrem o mioma por estarem com dificuldade para engravidar, a grande preocupação é se elas vão ter essa chance após tratar do tumor. Nesse caso, tudo irá depender da gravidade do problema e como ele foi tratado.
Falando mais especificamente das mulheres que fizeram cirurgia para retirar o mioma, é preciso avaliar a localização do fibroide e os impactos disso. Após a operação, o corpo precisará de muitos meses ou até mesmo um ano para se recuperar e, ainda assim, não podemos dizer com certeza se será possível engravidar sem tratamento.
Idade da paciente conta bastante
Quando falamos de mioma e recuperação da paciente no tratamento, devemos levar em consideração também sua idade. A partir dos 30, 35 anos, a reserva ovariana passa a reduzir consideravelmente, o que interfere ainda mais nas chances de uma gravidez.
Ainda que seja possível engravidar tardiamente, a paciente que está lidando com mioma deve ser orientada pelo médico sobre as alternativas dentro da medicina reprodutiva.
Ou seja, se o mioma levou a algum comprometimento ou distorção da cavidade uterina e a mulher ainda está em idade avançada, ela poderá se ver diante de um grande desafio para ficar grávida naturalmente. Nesses casos, as técnicas de reprodução assistida podem ser muito benéficas, em especial, a Fertilização in Vitro (FIV).
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