Conhecer o corpo para identificar sinais é tão importante quanto contar com ajuda médica
Um dos fatores que mais influencia a fertilidade da mulher é a ovulação, processo no qual o ovário libera o óvulo, que viaja pelas trompas de Falópio e pode encontrar o sêmen para ser fecundado. A ovulação é essencial para que haja uma gravidez, por isso, conseguir monitorar esse processo é muito útil na hora de identificar o melhor momento de ter relações sexuais, além de ajudar a identificar uma possível infertilidade.
Observar o próprio corpo é o primeiro passo para uma mulher que está planejando engravidar. O organismo dá sinais, como dor pélvica, mudança de temperatura do corpo e presença de muco cervical, uma secreção natural.
A mulher pode, por exemplo, tomar como base o início do ciclo menstrual e ir medindo a temperatura ao longo dos dias, registrando tudo. Anotar também sobre a consistência do muco é importante. No fim do ciclo, é possível comparar tudo e observar a ovulação no dia em que o muco fica volumoso, transparente. Além disso, esse é o dia anterior ao aumento da temperatura basal. Como a temperatura basal pode sofrer variações por vários fatores e, atualmente existem métodos mais simples de avaliar a ovulação, esta técnica não tem sido utilizada na prática diária.
Monitorando a ovulação no médico
Uma das maneiras de monitorar a ovulação é a ultrassonografia transvaginal seriada. Nela são realizados exames em dias alternados para definir o dia mais provável da ovulação. Os exames são feitos por via transvaginal. A média é de 3 a 4 sessões em dias determinados pelo especialista.
Além de determinar o dia da ovulação, a ultrassonografia seriada é capaz de medir o crescimento dos folículos no ovário (onde o óvulo se desenvolve), a aparência do endométrio (tecido que reveste internamente o útero) e a presença de muco cervical. Quando o óvulo fica pronto para ovular o folículo cresce. Esse crescimento pode ser medido por meio do ultrassom, que utiliza ondas sonoras para produzir uma imagem em um monitor, através da introdução da sonda na vagina.
Para mulheres que já realizam tratamentos para a fertilidade, o ultrassom pode ajudar na hora de programar as relações sexuais.
A ultrassonografia seriada também é indicada em casos de fertilização in vitro e inseminação intrauterina. O exame vai avaliar se os remédios estão fazendo efeito ou se é necessário que o médico aumente as doses de estimuladores ovulatórios. Em mulheres que tomam medicamento para fertilidade, o ultrassom pode ser realizado em vários dias diferentes durante o ciclo menstrual para medir e monitorar cada folículo.
Caso a paciente não esteja tomando contraceptivos, a data mais indicada para o primeiro ultrassom é próximo ao início do período fértil. Para mulheres de ciclos irregulares e que não tomam medicação, a data deve ser indicada pelo médico, baseada na média entre os três últimos ciclos menstruais. Converse sempre com o especialista sobre isso.