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Muitos casais que tentam conceber um filho têm alguma ideia se querem uma menina ou um menino. Mas, será que é possível escolher o sexo do bebê? Antes de tudo, é bom saber que, no Brasil, é proibido selecionar embriões com determinadas características, como sexo e cor dos olhos.

Segundo a resolução CFM nº 2.168/2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM) determina que “as técnicas de Reprodução Assistida (RA) não podem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo (presença ou ausência de cromossomo Y) ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto para evitar doenças no possível descendente”.

Ou seja, só é possível decidir o sexo do bebê quando há patologias que estão associadas ao gênero. A hemofilia, por exemplo, é uma das doenças genéticas ligadas ao sexo. Mulheres descendentes de pais hemofílicos nascem portadoras da doença, contudo, não a desenvolvem. Apenas em casos muito raros. Já os filhos dessas mulheres possuem mais chances de nascerem com a doença.

Nesse caso, a escolha do sexo é uma forma de prevenir que a hemofilia seja transmitida de geração para geração. É preciso realizar uma fertilização in vitro (FIV) para que seja possível escolher o sexo do bebê. A análise que detecta se nascerá um menino ou uma menina é chamada de exame de sexagem e é feita através do estudo do cariótipo do embrião, em células colhidas através de uma biópsia pré Implantacional. Após a determinação do sexo do embrião, serão transferidos apenas os embriões do sexo não afetado por aquela doença.

Escolher o sexo do bebê: como é fora do Brasil

Em alguns outros países, entretanto, a escolha do gênero do bebê é possível. A modelo americana Chrissy Teigen e seu marido, o cantor John Legend, por exemplo, escolheram o sexo da filha antes do processo de fertilização. Mas, as decisões sobre se os casais devem receber essa possibilidade de escolha e quais podem ser as consequências, ainda não são nada certas.

O que opinam os médicos

Os médicos e especialistas na área de reprodução humana têm lutado com a questão de decisão de gênero há anos. Em 1999, a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, sustentou a opinião de que usar a fertilização in vitro para seleção de sexo “não deveria ser encorajada”. Mas, em 2015, o grupo aliviou sua postura e pediu aos médicos que desenvolvessem suas próprias políticas para oferecer ou não o serviço em sua prática.

Escolher o sexo do bebê: métodos naturais

A determinação do gênero é baseada na combinação de dois cromossomos sexuais herdados do pai e da mãe. Um óvulo feminino contém um cromossomo X e o gameta masculino contribui com o cromossomo X ou Y. Portando, se o óvulo for fecundado com um espermatozoide que contem um cromossoma Y, será gerado um embrião do sexo masculino (XY). Por outro lado, se o espermatozoide tiver um cromossoma X, será gerada uma menina (XX). Algumas pessoas acreditam que devido às diferenças fisiológicas entre espermatozoides “X” ou “Y” é possível criar um ambiente mais propício para cada um dos gêneros. Apesar de existirem algumas teorias que sugerem que a posição sexual, o dia da coito em relação à ovulação, presença ou ausência do orgasmo feminino, ambiente vaginal, entre outros conselhos, poderiam ajudar na escolha do sexo do bebê na concepção natural, nenhuma destas teorias teve comprovação científica.

Na mídia

Em entrevista à cantora Cláudia Leite, a apresentadora Angélica contou que, em sua última gravidez, após dois meninos, calculou a data da ovulação e cuidou para ter relações sexuais dois dias antes do dia previsto em que o óvulo seguiria seu caminho até o útero. E, dessa forma conseguiu aumentar as chances de ter uma menina por meio de métodos naturais. Como dito anteriormente, apesar de várias condições poderem sugerir um aumento nas chances de que o bebê nasça com determinado gênero, não há nenhuma comprovação científica sobre o assunto. Por isso, não crie expectativas com relação ao sexo do bebê. Na verdade, o que toda mãe quer é um filho saudável, seja ele menino ou menina, não é mesmo?