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A gravidez tardia é uma realidade crescente em diversos países do mundo. No Brasil, não é diferente. Essa decisão pode resultar em um processo natural de reprodução ou, em alguns casos, pode exigir auxílio da medicina e tecnologia.

Não há nenhum problema em retardar o sonho da maternidade, desde que a mulher esteja ciente das chances e dos riscos que envolvem uma gravidez em idade mais avançada, além das possibilidades de tratamento existentes e que podem ser aplicados à sua situação.

O problema está na romantização que a mídia e as revistas femininas criam em torno desses tratamentos de fertilidade, muitas vezes minimizando o impacto da idade para a concepção.

Antes de decidir por adiar a maternidade, recomendo tomar alguns cuidados. Vamos entender quais são eles!

Primeiro passo: se informe!

Recorrer às técnicas de reprodução assistida representa um avanço da medicina que trouxe esperança para casais que não conseguiam engravidar. Acontece que os tratamentos de fertilidade levam em consideração múltiplos fatores e ignorá-los pode acabar gerando frustração.

Primeiro porque, muitas vezes, estamos falando de um sonho. A mulher coloca no tratamento todas as suas expectativas. Tem também a questão financeira, afinal os tratamentos de fertilidade têm um custo elevado.

Por isso, conhecer as reais chances de sucesso e o investimento necessário para cada tratamento é fundamental. Assim, até o momento em que decidir ser o certo para tentar engravidar, a mulher pode se preparar sob os aspectos psicológico e financeiro.

A realidade da artista de revista pode não ser a mesma da sua

Uma pesquisa feita na New York University School of Medicine analisou reportagens sobre maternidade publicadas nas principais revistas impressas americanas. A conclusão é que essas revistas podem acabar contribuindo para a desinformação, já que “vendem” uma gestação tardia como algo simples, mascarando as dificuldades encontradas, a questão dos tratamentos de fertilidade e as complicações obstétricas.

Das 416 edições, que incluíam 1.894 matérias relacionadas à fecundidade, um terço destacava a fertilidade em suas capas; duzentas e quarenta celebridades foram retratadas por essas revistas, sendo que mais da metade tiveram seus bebês em idade avançada; apareceram apenas duas citações sobre riscos obstétricos; somente 3 dos casos de 240 celebridades representados foram relacionados a tratamentos de fertilidade; e o uso da doação de óvulos sequer foi mencionado.

A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos, mas poderia muito bem representar o cenário brasileiro. Sabemos que a mídia popular contribui para a disseminação de informações e é uma responsabilidade muito grande apresentar somente o lado positivo, sem alertar sobre riscos e problemas decorrentes de uma gravidez tardia.

Além disso, é preciso lembrar que cada situação precisa ser avaliada individualmente. O tratamento de fertilidade que funcionou para a celebridade pode não ser o mais indicado para seu caso. Vale lembrar que somente um médico especialista saberá dizer o que é melhor para você!

Gravidez tardia: A natureza é sábia

Uma dúvida recorrente de mulheres que querem adiar o desejo de serem mães é sobre o limite de idade para reprodução. Ele existe mesmo?

A quantidade e qualidade de óvulos disponíveis diminui com o decorrer dos anos. A recomendação médica é que a mulher tente engravidar antes dos 35 anos de idade, já que as chances de sucesso são maiores e menores são os riscos para o bebê. Após essa idade, a fertilidade feminina reduz consideravelmente.

No entanto, com a ajuda de tratamentos de fertilidade, mulheres com mais de 35 anos podem conseguir engravidar, principalmente com a utilização de óvulos doados, mas não é uma garantia.

Quando falamos de fertilidade feminina, reprodução humana e gravidez tardia, muitas dúvidas surgem. Para ficar informada corretamente, procure um médico de sua confiança.

Se quiser perguntar alguma coisa sobre o assunto, fique à vontade para deixar nos comentários. Siga também meu Instagram @draclaudianavarro para saber mais a respeito de reprodução humana.