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Estudos apontam que o uso de embriões descongelados pode ser tão eficaz quanto o de frescos, e, em alguns casos, até mais indicado

Novos estudos apontam que mulheres que sofrem de infertilidade, mas não com disfunções hormonais, podem ter mais opções de fertilização artificial do que mulheres que sofrem, por exemplo, com a síndrome de ovário policístico (SOP). As pesquisas foram publicadas pelo New England Journal of Medicine, em janeiro de 2018, e demonstram que, em alguns casos, os resultados obtidos com embriões frescos ou descongelados podem ser bastante semelhantes.

Para as mulheres com SOP, descongelar embriões antes do implante oferece chances melhores para uma gestação bem-sucedida, mas o resultado para outras mulheres se mostrou indiferente. O mais usual, antigamente, era que apenas embriões congelados fossem utilizados e, quando eram utilizados embriões frescos, os médicos costumavam implantar mais de um, procurando aumentar as chances da gravidez.

Já era sabido que não existe diferença para uma mulher que está tendo problemas para engravidar – e não sofre com a síndrome dos ovários policísticos – se os embriões estivessem congelados ou frescos. Mas a recente descoberta é relevante para diminuir os riscos de múltiplos embriões implantados, encorajando os médicos a não aderir a essa técnica, com medo de que apenas um não atenda às expectativas e não entregue os resultados esperados.

Outra possibilidade apontada pela pesquisa é a utilização de um embrião e, depois, de congelar os embriões restantes. Se necessário, eles também poderão ser utilizados. Além disso, em nenhum dos estudos houve uma diferença significativa entre os resultados de implantes realizados com embriões congelados ou frescos. Não houve também aumento do risco de complicações em nenhum dos grupos (com embriões frescos ou descongelados implantados), ainda que o descongelamento oferecesse menor chance de superestimular os ovários.

Para a mulher que sonha em gerar um filho e tem a medicina reprodutiva como sua aliada, é muito importante conhecer suas alternativas. É importante destacar, ainda, que o congelamento de gametas favorece quem ainda não decidiu por uma gravidez, mas ainda pode considerá-la no futuro. Devemos lembrar, também, que os estudos foram desenvolvidos em outros países e, na hora de tomarmos as decisões, cada caso deve ser avaliado individualmente, e a equipe médica, juntamente com o casal, irá decidir a melhor conduta a ser tomada.