Você já deve ter ouvido falar de endometriose, e este texto vai esclarecer suas dúvidas sobre ela. A endometriose é definida pela presença do endométrio – tecido que reveste internamente o útero – fora da cavidade uterina. Ela responde à ação dos hormônios ovarianos, sendo uma doença de características benignas.
A endometriose está relacionada com mulheres na idade reprodutiva, e não há qualquer diferenciação social ou étnica. No entanto, a verdadeira prevalência da endometriose é incerta, pois seu diagnóstico definitivo depende de um procedimento cirúrgico, muitas vezes inacessível à paciente ou não indicado em pacientes sem sintomas.
Estima-se que a endometriose esteja presente em 5% a 20% das pacientes com dor pélvica crônica e em 20% a 40% das mulheres inférteis, com uma prevalência média de 3% a 10% das pacientes em período reprodutivo.
A endometriose é um dos principais fatores causadores de infertilidade em 15% das mulheres, e, segundo algumas pesquisas, pode ser encontrada em até 50% das pacientes inférteis.
Quem tem endometriose é infértil?
Cerca de 50% a 60% das pacientes com endometriose podem ser inférteis, mas nem toda paciente com endometriose será infértil.
A endometriose atinge quase exclusivamente a mulher em seu período reprodutivo, com idade média entre 20 e 30 anos de idade. Existe um componente hereditário, além de maior prevalência em parentes de primeiro grau.
Fluxo menstrual, cólicas e sintomas
A endometriose também tem sua incidência aumentada entre mulheres que têm ciclos menstruais curtos, que tenham tido a primeira menstruação precoce ou o primeiro filho mais tardiamente.
As manifestações clínicas da endometriose são variáveis e imprevisíveis:
- Cólica menstrual
- Dor pélvica crônica
- Dor profunda durante a relação sexual e infertilidade
Um número significativo de pacientes não apresenta sintomas. Quanto à dismenorreia ou cólica menstrual, geralmente, apresenta caráter progressivo e se inicia alguns anos após a menarca (primeira menstruação), ao contrário da dismenorreia primária – sem nenhuma causa conhecida – que, geralmente, já está presente nos primeiros ciclos ovulatórios logo após a menarca.
Exames e diagnóstico
A dor associada à endometriose pode não se correlacionar com o estágio da doença, mas, geralmente, tem maior associação com endometriose profunda infiltrativa.
O diagnóstico deve ser suspeitado na presença das dores ou da infertilidade.
Hoje em dia, com os aparelhos de imagem cada vez mais modernos, os exames de ultrassonografia ou ressonância magnética podem dar uma boa noção da presença da doença.
A endometriose pode ser classificada em Grau I, II, III e IV ou mínima, leve, moderada e grave.
A conduta do tratamento de cada paciente com endometriose vai depender se ela deseja engravidar naquele momento ou não. Caso deseje engravidar, os tratamentos serão direcionados para a gravidez, e caso o problema principal seja a dor, os tratamentos geralmente irão suprimir a menstruação – com o uso de medicamento específico, por exemplo.