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A classificação do embrião é uma técnica crucial na área da Reprodução Assistida, pois se relaciona à qualidade do embrião e, por conseguinte, sua chance de gerar um bebê saudável.

Mas como exatamente essa classificação é realizada?

Se você já pesquisou sobre fertilização in vitro (FIV), é provável que tenha se deparado com termos como “EMBRIÃO 8B” OU “EMBRIÃO 4AA”  na internet. Conseguiu entender alguma coisa? Nada, não é mesmo?

Mas fique tranquila. Explico tudo abaixo para você:

Entenda como é feita a classificação de embriões: 

A classificação composta de um número e uma letra, é utilizada para embriões em “D3” – terceiro dia da fertilização. E a classificação composta de um número e duas letras se refere aos embriões em estágio de blastocisto (geralmente D5 e D6).

Embrião em D3:

Um embrião em D3 refere-se a um embrião humano no terceiro dia de desenvolvimento após a fertilização. Nesse estágio, o embrião é composto por aproximadamente 8 células e está passando pelo processo de clivagem, no qual a célula-ovo (zigoto) se divide repetidamente.

As principais características de um embrião em D3 incluem:

  1. Número de células: aproximadamente 8 células
  2. Estágio de desenvolvimento: clivagem
  3. Morfologia: as células têm um aspecto compacto e regular
  4. Potencial de desenvolvimento: o embrião ainda tem a capacidade de se desenvolver em gêmeos, se for dividido nesse estágio

Embrião em Blastocisto:

O blastocisto é o estágio de desenvolvimento embrionário que ocorre entre o quarto e o quinto dia após a fertilização. Nesse estágio, o embrião é composto por aproximadamente 100-200 células.

As principais características de um embrião em blastocisto incluem:

  1. Número de células: aproximadamente 100-200 células
  2. Estágio de desenvolvimento: blastocisto
  3. Morfologia: o blastocisto possui uma massa celular interna (que dará origem ao feto) e um trofoblasto (que dará origem à placenta)
  4. Potencial de desenvolvimento: o embrião, nesse estágio, já apresenta uma diferenciação celular mais avançada e não tem mais a capacidade de se dividir em gêmeos.

Os números e letras

Os blastocistos são classificados com um número que se refere ao grau de expansão e duas letras que se referem simultaneamente à massa celular interna e trofectoderma. Cada número e letra nesses termos carregam significados específicos na classificação, e neste artigo vamos explorar cada um deles. Para ilustrar, vamos usar o exemplo da classificação “5AB”.

O Número: Grau de Expansão do Embrião:

  1. À medida que o embrião se desenvolve, ocorre a expansão de uma cavidade em seu interior, sendo que esse grau de expansão é classificado de 1 a 6.
  2. O embrião  classificado como “1”  representa o menor grau de expansão. Embriões com grau de expansão a partir de 3 são geralmente considerados viáveis. A maioria dos embriões atingem sua expansão máxima no d5 ou d6.
  3. No caso da classificação “5AB“, o embrião possui um alto grau de expansão, o que geralmente, corresponde a uma boa qualidade.
  4. A Primeira Letra: Aparência da Massa Celular Interna – A primeira letra (A, B ou C) representa a qualidade morfológica da massa celular interna, que é a responsável pela formação do feto.
    • “A” representa uma massa celular excelente
    • “B” uma boa
    • “C” uma regular.
    • No exemplo “5AB”, a massa celular é classificada como excelente.
  5. A Terceira Letra: Aparência do Trofectoderma – A terceira letra (também A, B ou C) indica a qualidade morfológica do trofectoderma, composto pelas células que mais tarde darão origem à placenta. Na classificação “5AB”, a aparência do trofectoderma é boa.

Como é a avaliação da qualidade?

A avaliação da qualidade da MCI e do trofectoderma é realizada por embriologistas especializados, que analisam a aparência e a organização dessas estruturas ao microscópio. A MCI, responsável pela formação do feto, é classificada como A (excelente), B (boa) ou C (regular). O trofectoderma, que dará origem à placenta, também é classificado como A (excelente), B (boa) ou C (regular).

Teste: você transferiria esse embrião?

Agora que você está familiarizada com a classificação de embriões na FIV, é hora do teste final: considerando a classificação “5AB” que discutimos, você optaria por transferir esse embrião como especialista em reprodução assistida?

A resposta é sim! Dada a alta qualidade do embrião com um grau de expansão excelente (5), uma massa celular ótima (A) e uma aparência do trofectoderma boa (B), as chances de sucesso na transferência desse embrião são bastante promissoras.

Conclusão

A classificação de embriões na FIV é uma parte fundamental do processo de reprodução assistida, permitindo aos especialistas avaliar a qualidade e viabilidade dos embriões para a transferência. Por meio de uma combinação de números e letras, essa classificação oferece insights valiosos sobre o potencial de desenvolvimento de cada embrião.

Neste artigo, exploramos os significados por trás dos números e letras na classificação de embriões, fornecendo uma compreensão mais profunda de como os embriologistas avaliam e selecionam os embriões para transferência. Com esse conhecimento, pacientes e profissionais da saúde podem tomar decisões mais conscientes na seleção dos embriões a serem transferidos, o que pode aumentar as chances de sucesso nos tratamentos de Fertilização in vitro.

E, por meio do teste proposto, esperamos ter estimulado a reflexão sobre a aplicação prática desses conceitos e a importância da seleção criteriosa de embriões na obtenção de resultados positivos em tratamentos de reprodução assistida.