A obesidade é uma doença que afeta 21,5% da população brasileira, segundo dados de 2020 a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). De acordo com o Ministério da Saúde, um a cada cinco brasileiros é obeso. Não raro, essa questão aparece em casais que desejam engravidar e não conseguem.
Mas será, de fato, que estar acima de peso interfere na fertilidade?
Partimos da compreensão que existe uma relação entre a alimentação e a fertilidade. Um estilo de vida mais saudável, com prática de exercícios físicos e uma boa alimentação está ligado diretamente ao bom funcionamento do organismo como um todo. Tanto que sabemos que o ganho de peso é uma condição sistêmica, o que quer dizer que interfere no corpo como um todo. O sobrepeso traz problemas cardiovasculares, além de afetar a estrutura anatômica e provocar desequilíbrio hormonal, incluindo alterações do ciclo menstrual que podem levar até à anovulação, que é a falta da ovulação, resultando em subfecundidade e até infertilidade.
É muito importante ressaltar que, antes de se iniciar o tratamento ou uma tentativa de gravidez de forma natural, é indicada a perda de peso com acompanhamento multidisciplinar.
Vale lembrar que, durante a gestação, a mulher irá ganhar peso, cerca de um quilo por mês. Para checar as condições da saúde da mãe e do desenvolvimento do feto, é fundamental o acompanhamento de um obstetra.
O excesso de peso nos homens
Segundo pesquisas que comparam o espermograma de homens com sobrepeso com o de homens que não estão nessas condições, há uma queda na quantidade de espermatozoides e, para agravar, na qualidade deles. Inferiu-se, também, que essa diferença fica mais acentuada conforme o peso: quanto maior, mais alterações no espermograma.
De modo geral, sabemos que homens com obesidade têm alteração nos hormônios sexuais, tendendo a apresentar menores taxas de testosterona e de outros hormônios que influenciam a produção de espermatozoides e taxas acima da média de hormônios femininos, como o estradiol.
Acompanhamento
A prática clínica e os estudos dão conta que é necessário acompanhar a saúde da mulher como um todo, desde as tentativas de gravidez até durante toda a gestação. É comum que maus hábitos alimentares na gravidez acarretem consequências até mesmo após o parto. Quase 50% das mulheres mantêm alguns dos quilos adquiridos nesse período, por exemplo.
Buscar uma alimentação saudável, exercitar o corpo, dormir bem e se cuidar, são passos fundamentais para se viver bem e ter mais chances de ter filhos com saúde.