Março é mês de conscientização mundial da endometriose, doença que afeta a fertilidade, atingindo cerca de 200 milhões de pessoas, segundo as organizações mundiais de endometriose.
No Brasil, uma em cada 10 brasileiras tem endometriose, segundo o Ministério da Saúde. Trata-se de uma doença enigmática e com vários mecanismos que a relacionam com a infertilidade.
Em entrevista ao Blog Mamãe Box, parceiro da Revista Pais e Filhos, falo mais sobre este tema. Quer ler a matéria na íntegra? Clique aqui.
Segue o texto completo:
Março é mês de conscientização mundial da endometriose, doença que afeta a fertilidade, afetando cerca de 200 milhões de pessoas, segundo as organizações mundiais de endometriose.
No Brasil, uma em cada 10 brasileiras tem endometriose, segundo o Ministério da Saúde. Trata-se de uma doença enigmática e com vários mecanismos que a relacionam com a infertilidade.
Caracterizada pela presença do endométrio (tecido que reveste a cavidade uterina) fora do útero, a endometriose afeta a fertilidade e é mais comum na faixa etária dos 20 aos 30 anos. “Esse é justamente o período em que as mulheres se encontram em idade fértil, sendo que muitas desejam engravidar.
Cerca de 50% das pacientes com endometriose podem vir a apresentar dificuldade para engravidar e essa é uma das principais preocupações delas”, comenta Cláudia Navarro, especialista em Reprodução Assistida e diretora clínica da Life Search.
Infertilidade
Existem alguns fatores que podem estar relacionados à dificuldade de engravidar. A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) aponta alguns deles, como: distorção na anatomia da pelve, aderências, cicatrizes nas trompas, inflamações nas estruturas pélvicas e alteração na qualidade dos óvulos. “Mas é importante entender que ela se manifesta de formas diferentes em cada mulher, e as situações que levam à infertilidade serão diferentes também”, pondera Cláudia Navarro.
A boa notícia é que, mesmo com a dificuldade, é possível engravidar e a medicina oferece uma série de alternativas que são avaliadas caso a caso.
Segundo a especialista, os sintomas da endometriose variam para cada paciente. E a intensidade deles não tem relação com a gravidade da doença, nem com a probabilidade de engravidar. “Podemos ter pessoas sem sintoma aparente e danos severos na pelve, ou sintomas bem presentes e poucas alterações no órgão”, diz a médica. “Algumas mulheres podem sentir cólica forte e prolongada, dores durante ato sexual e na hora de evacuar, ou mesmo sintoma nenhum”.
Diagnóstico
A ultrassonografia e a ressonância magnética sugerem fortemente a presença da endometriose. Dependendo da gravidade do caso, é necessária a laparoscopia, que além de confirmar a doença, pode tratar algumas lesões. “A conduta, nesses casos, será sempre individualizada, principalmente em relação aos tratamentos, que podem ser cirúrgicos ou medicamentosos”, pondera Cláudia Navarro.
“Entre os medicamentosos, o mais utilizado é o uso da pílula anticoncepcional, principalmente de forma contínua. As injeções de hormônio também podem ser utilizadas. Anti-inflamatórios e analgésicos podem ser administrados, porém, eles apenas aliviam os sintomas, e não tratam a doença em si”, detalha a especialista.
“Já o tratamento cirúrgico irá depender, principalmente, da forma de apresentação da doença e dos sintomas da paciente”, diz. De acordo com a médica, todos eles precisam levar em consideração o desejo ou não da paciente em ser mãe. Em alguns casos, será necessário o auxílio das técnicas de Reprodução Assistida, que também vão seguir conduta individualizada. A presença da gravidez geralmente controla a endometriose, mas é importante manter o acompanhamento médico.
Portanto, não existe diagnóstico único e nem sempre será um fator impeditivo para gravidez. “O conhecimento e a conscientização sobre a doença, antes de tudo, ajudam a enfrentá-la com leveza”, conclui a especialista.