Apesar de ainda ser um tema repleto de tabus, casais homossexuais podem sim ter filhos biológicos no Brasil. Em 2010, as regras de reprodução assistida pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) foram atualizadas e, desde então, casais homoafetivos podem contar com a reprodução humana assistida para realizar seus sonhos.
Você e seu parceiro(a) querem ter um filho biológico? Veja quais são os passos da reprodução humana assistida para casais homossexuais!
Casais homoafetivos masculinos
Ovodoação
O primeiro passo é a ovodoação. Em geral, ela é feita por mulheres voluntárias e quem doa recebe medicamentos para a indução da ovulação. Em 2021, parentes de até quarto grau, do parceiro que não será doador de semen, podem ser doadores.
Passados alguns dias, é realizado o procedimento de coleta ovular, em que os folículos são aspirados para a obtenção dos óvulos. Este processo ocorre em um centro cirúrgico, sob sedação.
Os óvulos COLETADOS são examinados no laboratório e classificados de acordo com o grau da maturidade.
Fertilização in vitro
No início do processo, antes da coleta ovular, é preciso decidir qual parceiro irá ceder o espermatozóide. Essa é uma escolha pessoal do casal, mas deve ser acompanhada de uma orientação médica.
Por meio de técnicas laboratoriais, os espermatozoides são separados do líquido seminal, sendo feita uma seleção dos melhores. Depois, são colocados em contato com os óvulos em placas de laboratório ou injetados dentro do óvulo por meio de um processo conhecido como ICSI.
Esses recipientes são mantidos em uma incubadora sob temperatura semelhante à do corpo da mulher, sendo avaliados após algumas horas para verificar se ocorreu a fertilização.
Útero de substituição
Antes do processo de fertilização in vitro, será preciso encontrar um útero de substituição (quando o embrião manipulado in vitro é inserido no útero de uma doadora). Essa situação é autorizada pela legislação em caso de união homoafetiva.
As doadoras temporárias de útero devem pertencer à família do casal, num parentesco consanguíneo até o quarto grau, sendo os demais casos sujeitos à autorização do Conselho Regional de Medicina.
É importante dizer que a doação com fins lucrativos é proibida no Brasil.
Casais homoafetivos femininos
Banco de sêmen
Da mesma forma que o primeiro passo para um casal homoafetivo masculino é a escolha da doação de óvulos, para os casais femininos é preciso recorrer a um doador anônimo ou a um banco de sêmen para realizar a reprodução humana assistida.
A doação de sêmen também não pode visar lucro, de acordo com resolução do Conselho Federal de Medicina.
Inseminação intrauterina
Depois de conseguir um doador anônimo de sêmen, há 4 opções de como o casal irá seguir com a reprodução humana assistida. A primeira é optar pela Inseminação Intrauterina (IIU).
Nesse caso, os espermatozóides do doador são inseridos pelo canal vaginal de uma das mulheres. Então, a fecundação deve ocorrer no próprio organismo.
Fertilização in vitro
A segunda opção é o procedimento de Fertilização in Vitro (FIV), em que se utiliza os óvulos de uma das parceiras. Após serem coletados (aspirados), os óvulos irão passar pelo processo de fecundação em laboratório, fora do corpo da mulher, com os espermatozóides do doador.
Então, o embrião fecundado pode ser transferido para o organismo da mesma mulher que doou o óvulo. Assim, a mãe biológica continuará sendo a mesma pessoa a gerar o bebê.
Gestação compartilhada
A gestação compartilhada também é feita por meio da fertilização in vitro. Mas aqui, o embrião fecundado é transferido para o organismo da outra parceira, e não da que doou o óvulo originalmente.
Neste caso, uma parceira será a mãe biológica, enquanto a outra irá gestar o filho. A transferência do embrião para a parceira que não doou o óvulo é o que define uma gestação como sendo compartilhada.
Útero de substituição
Por fim, casais homossexuais de mulheres também podem usufruir de um útero de substituição. Neste caso, o procedimento é autorizado desde que exista a impossibilidade ou contraindicação para a gestação nas duas parceiras.
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