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Ao longo dos anos, a evolução da medicina em Reprodução Assistida proporcionou o aprimoramento das técnicas. O objetivo, no geral, é sempre oferecer ao paciente a maior chance possível de uma gravidez bem-sucedida.

 Entre as técnicas que evoluíram, a fertilização de óvulos em laboratório (Fertilização In Vitro) é uma das que mais se atualizou, com destaque para o Diagnóstico Genético de Embriões.

O diagnóstico genético é uma forma de cercar ao máximo as chances de sucesso da FIV. Imagine que, após passar por todo o processo, incluindo exames, tratamentos hormonais e consultas, o casal descubra que a FIV não deu certo porque o embrião tinha alguma alteração genética que não permitiu sua implantação ou terminou em aborto.

O diagnóstico dos embriões (antes de serem transferidos para o útero) surge como uma forma de diminuir as chances desse tipo de situação acontecer.

Mas antes de falarmos sobre esse procedimento, vamos entender os processos que envolvem a qualidade dos embriões e porque identificar possíveis problemas é tão importante!

Idade da mulher

Uma das principais questões que envolvem a qualidade dos óvulos e, consequentemente, dos embriões é a idade da mulher.

O fator idade impacta na qualidade dos gametas pois a mulher já nasce com uma quantidade pré-definida (cerca de 1 milhão de oócitos), que vai se perdendo a cada ciclo menstrual. Por volta dos 37 anos, esse número cai para cerca de 25 mil óvulos restantes.

Ao passo que envelhece, os gametas envelhecem junto. Consequência disso é que óvulos mais velhos podem causar mais problemas: entre eles, os cromossômicos, que aumentam as chances de defeitos congênitos. A idade avançada para uma gravidez pode trazer ainda: nascimento prematuro, baixo peso do bebê e natimorto.

Por isso, recomenda-se que a mulher tente engravidar antes dos 35 anos, pois é nessa idade que o desgaste da reserva ovariana se acentua.

Congelar óvulos ajuda a manter a qualidade!

Uma alternativa para a gravidez tardia é usar as técnicas de RA, entre elas, o congelamento de gametas – utilizado como forma de preservar a fertilidade no auge da capacidade reprodutiva para que, no futuro, os óvulos sejam fecundados ainda saudáveis (e com menos chances de problemas congênitos). 

O processo para a criopreservação acontece da seguinte forma:

A mulher passa por uma indução da ovulação para que os folículos liberem mais de um óvulo no ciclo e eles amadureçam mais rápido. Com óvulos prontos para coleta, a paciente passa pelo procedimento que vai realizar a punção dos gametas por meio de uma aspiração transvaginal. Depois, eles são congelados em nitrogênio líquido a -196°C.

Aí, entra a Fertilização In Vitro

A Fertilização In Vitro será a técnica utilizada para a fecundação dos óvulos após o descongelamento ou mesmo nas situações em que se utilizam óvulos frescos. O processo acontece em ambiente artificial, ou seja, fora do corpo humano.

No geral, a FIV é indicada para casais que já tentaram outras técnicas e que não conseguem engravidar naturalmente. 

E funciona assim: no laboratório, os óvulos são colocados em placas, sob a mesma temperatura do corpo feminino, para serem fertilizados por espermatozóides, que também foram coletados e mantidos em cultura – nesse caso, são escolhidos aqueles que apresentarem melhor movimentação.

Após a fecundação e cultivo em ambiente artificial, por um período de 48 a 72 horas, os embriões gerados por meio da FIV podem ser transferidos para o útero ou também congelados. 

Diagnóstico genético

Mas antes de serem congelados ou transferidos, é possível avaliar a saúde desse embrião. E aqui chegamos no Diagnóstico Genético de Embriões!

O diagnóstico genético é um exame feito para avaliar se o embrião tem algum problema que possa prejudicar a gravidez ou o desenvolvimento o bebê.

 Após a fertilização, é realizada uma biópsia do embrião, onde são coletadas algumas células. Essas células são submetidas a um mapeamento genético que ajuda a identificar os embriões com alterações cromossômicas. Após essa análise, apenas os embriões sem essas alterações são selecionados para implantação no útero da mãe.

Esse diagnóstico é feito a partir dos chamados Testes Genéticos Pré-Implantacionais, que se dividem em dois tipos:

  • PGT-A (Pre gestacional testing for aneuploidia) – realiza-se a análise simultânea dos 24 cromossomos (22 pares de cromossomos autossômicos e dois cromossomos sexuais, X e Y) para avaliar alterações cromossômicas.
  • PGT-M (Pre gestacional testing for monossomia) – indicado quando existe o risco de transmissão de determinada doença genética e, neste caso, as células embrionárias são estudadas através de uma sonda específica para aquela doença

O objetivo desses testes é a transferência de um embrião saudável. Com isso, as chances de uma gravidez bem-sucedida aumentam de forma considerável e as chances do nascimento de um bebê com problemas cromossômicos sérios diminuem.

Com embriões prontos e avaliados, a paciente vai até o consultório para que o médico realize a transferência para o útero. Nesse procedimento, que não pede anestesia e dura cerca de 30 minutos, um ou mais embriões são colocados em um cateter de transferência e inseridos no útero da mulher.

 Congelamento de embriões

Quando os pacientes escolhem a criopreservação dos embriões, eles passam pela vitrificação, que faz com que sejam congelados muito rápido. Dessa forma, associado à temperatura muito baixa  (aproximadamente -196°C), não há formação de cristais de gelo, o que vai preservar a qualidade do embrião.

 A conservação nesse ambiente permite que os embriões fiquem armazenados por muito tempo e, quando descongelados, tenham grande possibilidade de apresentar a mesma forma, composição e qualidade de quando foram criopreservados.

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