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Estima-se que, até 2050, populações de 61 países diminuam 1% ou mais, devido aos baixos níveis da taxa de fertilidade. A estimativa é da World Population Prospects 2022. 

Segundo o estudo, a fecundidade total caiu de forma acentuada nas últimas décadas, em muitos países. Hoje, 2/3 da população global vivem em um país ou área onde a fertilidade é inferior a 2,1 nascimentos por mulher. Esse é o nível necessário para uma reposição populacional a longo prazo em uma população com baixa mortalidade.

Entre os países com pelo menos meio milhão de pessoas, as maiores reduções relativas no tamanho da população até 2050, com perdas de 20% ou mais, devem ocorrer na Bulgária, Letônia, Lituânia, Sérvia e Ucrânia, diz o estudo.

 Outros países onde também há queda na taxa de fertilidade são a China e Japão.

Mas por que a taxa de fertilidade está diminuindo no mundo?

Em primeiro lugar, quando se fala em queda na taxa de fertilidade para expressar crescimento populacional no planeta, é importante saber que os relatórios que reúnem esse tipo de dado se baseiam na expectativa de filhos nascidos vivos por mulher no mundo. Número esse que é afetado por diversos fatores, a depender da região.

 No geral, a taxa de fertilidade pode ser afetada por:

  • Questões socioeconômicas;
  • Mais mulheres no mercado de trabalho;
  • Planejamento familiar;
  • Maior acesso a métodos contraceptivos;
  • Instabilidade de emprego;
  • Maior nível educacional;
  • Ou mesmo medidas de controle populacional aplicadas pelos governos.

E no Brasil?

Um estudo elaborado pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), em 2019, mostra que o Brasil passou por uma acelerada queda de fecundidade nas últimas décadas, chegando a uma média atual de 1,7 filho por mulher.

O mesmo estudo mostra que, no Brasil, a queda na taxa de fertilidade pode ser explicada pelo maior acesso aos métodos contraceptivos.

O país tem, atualmente, uma taxa de prevalência de uso de contraceptivos equivalente a 77%. Em 1969, apenas 35% das mulheres casadas ou em algum tipo de união utilizavam algum método para evitar a gravidez. Segundo a pesquisa, isso comprovaria, na prática, as mudanças vistas nas configurações familiares de todo o país.

Infertilidade

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, pelo menos 17,5% da população mundial sofre com a infertilidade. Isso representa uma a cada seis pessoas, maiores de 18 anos, homens e mulheres, de qualquer país no mundo.

O levantamento é baseado em dados coletados entre 1990 e 2021, e leva em consideração 133 estudos. No relatório, a OMS mostra que existem indícios convincentes de que a alta prevalência global de infertilidade revela a falta de dados em muitos países e algumas regiões. 

No entanto, esse dado apresentado pela OMS não está correlacionado nos estudos sobre a queda da taxa de fertilidade/fecundidade/natalidade no mundo.

A infertilidade é outra preocupação, um problema também global, que afeta habitantes de todas as classes sociais. Nesse caso, o número de pessoas inférteis representa a prevalência de uma condição clínica ao longo de décadas. 

A OMS pede, inclusive, que os países desenvolvam soluções para prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, incluindo tecnologias de Reprodução Assistida, como a Fertilização in Vitro.

A organização destaca que  a  infertilidade é considerada quando a gravidez não acontece após pelo menos um ano de tentativas com relações sexuais frequentes e sem proteção. E, como após os 35 anos ocorre uma queda rápida na fertilidade, mulheres com 36 anos ou mais, devem iniciar os exames após seis meses de tentativas sem sucesso..

Consequências

Por fim, as consequências de baixas taxas de fecundidade estão ligadas, entre outros, a fatores econômicos. Uma população com poucos nascimentos pode levar a um país onde se tem mais idosos (dependentes da aposentadoria) que jovens (que representam força de trabalho). Isso pode levar a graves problemas econômicos. Por isso, países como China e Japão estão incentivando os casais a terem filhos.