Desmistifique o que andaram te falando sobre reserva ovariana e entenda como ela afeta sua fecundidade
A reserva ovariana é a quantidade de óvulos disponível nos ovários. Cada mulher nasce com uma quantidade que varia entre 1 e 2 milhões, que vai reduzindo com o passar dos anos, a cada ciclo menstrual.
O número de óvulos existentes pode interferir na fertilidade dificultando uma gravidez. Dessa forma, a avaliação médica e a realização de testes que medem a reserva ovariana são fundamentais para quem deseja adiar o sonho da maternidade.
Neste artigo, vamos entender melhor sobre o assunto e desmistificar algumas questões. Vem comigo!
1. Reserva ovariana baixa é sinônimo de infertilidade?
Em primeiro lugar, é preciso lembrar que a quantidade de óvulos disponíveis diminui consideravelmente ao longo dos anos. Dessa forma, com o processo contínuo de baixa desde a puberdade, aos 35 anos de idade a reserva ovariana da mulher já apresenta um número bastante inferior.
Por isso, a recomendação médica é que a mulher tente engravidar antes dessa idade, já que as chances de sucesso são maiores. E, os riscos para o bebê são menores.
Entretanto, cada organismo age de um jeito e é possível, sim, mulheres engravidarem mais velhas que isso, mesmo apresentando uma quantidade de óvulos reduzida.
Afinal, a baixa reserva não representa infertilidade ou fator impeditivo à concepção. Caso ela seja identificada – existem exames específicos para detectá-la. A mulher necessitará do auxílio de um especialista em reprodução assistida para garantir a preservação da fertilidade, bem como para encontrar alternativas que induzam a ovulação.
2. A indução da ovulação reduz a reserva ovariana?
Essa relação simplesmente não existe! Mensalmente, o ovário libera cerca de 500 a 600 folículos antrais e o corpo só aproveita um para fecundação. Caso não ocorra, ele entra em atresia.
Então, a indução da ovulação dá ao organismo a possibilidade de aproveitar uma quantidade maior que, na verdade, seria descartada. Assim, aumentam-se as chances de a mulher gerar uma nova vida.
3. Testes de reserva ovariana podem prever a menopausa?
Os testes empregados para avaliação da reserva ovariana, em geral, estão relacionados à produção hormonal do eixo hipotálamo-hipófise-ovariano (estradiol, inibinas, FSH e LH). Entre eles estão a ultrassonografia transvaginal, os exames hormonais, os testes provocativos e o Hormônio Antimülleriano.
Dessa forma, mesmo que possam auxiliar a medicina reprodutiva no diagnóstico e no tratamento adequado para mulheres com quadro de infertilidade, os parâmetros utilizados ainda não são 100% fidedignos.
A realização dos testes analisa o funcionamento ovariano em dado momento, mas não é capaz de prever a menopausa, nem de garantir com segurança a capacidade reprodutiva futura ou mesmo de aferir as chances reais de uma gravidez.
4. O uso de pílula anticoncepcional evita a perda de óvulos?
A perda de óvulos é um processo natural do corpo e não pode ser evitado. Sendo assim, quem toma anticoncepcional, ou outro medicamento, não está imune à redução dos óvulos ao longo do tempo.
Para concluir
Não há nenhuma recomendação médica para mulheres jovens avaliarem a reserva ovariana como exame de rotina. A indicação é tão somente para aquelas mulheres que estão inférteis por algum motivo.
Vale lembrar que os marcadores de função ovariana também não devem ser adotados como critérios únicos e definidores de tratamento. O médico especialista em reprodução assistida levará em consideração diversos fatores para emitir o correto diagnóstico e apresentar as possibilidades existentes.
Dessa forma, tratamentos para indução ovulatória associados a relações sexuais programadas podem resolver o problema. Em outros casos, a fertilização in vitro ou a doação de óvulos podem ser a melhor opção.
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